Empresário investigado pela PF movimentou R$ 10 bilhões em contratos com o governo
Nome por trás de grandes licitações, Nilton Patussi é alvo de operação que apura irregularidades em verbas públicas
A Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação que colocou no centro das atenções o empresário Nilton Patussi, controlador de um conglomerado de empresas que, ao longo de anos, acumulou cerca de R$ 10 bilhões em contratos com o governo federal. O volume de recursos chamou a atenção dos investigadores, que apuram possíveis fraudes em licitações e desvios de verbas públicas.
Contratos com diversos órgãos públicos
As empresas ligadas a Patussi, entre elas a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) e a Líder Terceirização, atuam em áreas que vão desde a prestação de serviços de limpeza e segurança até o fornecimento de materiais hospitalares e mão de obra terceirizada.
Os contratos foram firmados com uma ampla gama de órgãos públicos — incluindo ministérios, universidades federais, hospitais e autarquias. Segundo apurações, as empresas venceram centenas de licitações ao longo dos últimos anos, em diferentes gestões.
Investigação aponta indícios de favorecimento
De acordo com fontes da PF, há indícios de fraudes em processos licitatórios, superfaturamento de serviços e uso de empresas laranjas. Parte do esquema teria contado com o apoio de servidores públicos, que estariam envolvidos em trocas de favores e recebimento de propina.
Embora parte dos contratos tenha seguido os trâmites legais, os investigadores suspeitam que os valores cobrados estariam inflacionados e que algumas licitações foram direcionadas para favorecer o grupo empresarial de Patussi.
Estrutura empresarial e crescimento acelerado
Nilton Patussi passou a comandar uma rede de empresas de médio porte que, em pouco tempo, se transformaram em gigantes do setor de serviços terceirizados. O crescimento acelerado, aliado ao alto volume de recursos públicos movimentados, serviu como alerta para os órgãos de controle.
Boa parte da atuação do empresário está concentrada em Brasília, onde diversas sedes de suas empresas estão registradas.
Defesa nega irregularidades
A defesa do empresário negou qualquer prática ilícita e declarou que todas as licitações foram vencidas de maneira regular, dentro da legalidade. Em nota, as empresas afirmaram que estão colaborando com as investigações e que confiam no esclarecimento dos fatos.
Operação deve avançar
Fontes próximas à investigação indicam que a PF deve ampliar a apuração para verificar o envolvimento de servidores públicos e identificar possíveis ramificações do esquema em outros estados. Ao todo, dezenas de contratos estão sob análise detalhada.
A operação segue sob sigilo, mas a expectativa é de que novos desdobramentos ocorram nas próximas semanas.