Lula decide indicar Jorge Messias como novo ministro do STF
Por José Caio – Advogado
Presidente Lula ignorou alas do STF e do Senado e escolheu o advogado-geral da União, Jorge Messias, para vaga de Luís Roberto Barroso
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu indicar Jorge Messias, atual advogado-geral da União (AGU), para ocupar a cadeira deixada por Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão, que surpreendeu parte do mundo político, reforça uma tendência clara do governo: a de priorizar lealdade acima de tudo.
Messias é um nome conhecido no núcleo jurídico do PT. Foi subchefe para Assuntos Jurídicos (SAJ) no governo Dilma Rousseff, e desde então se consolidou como um dos homens de confiança do partido. Discreto e técnico, mas também politicamente alinhado, o novo indicado representa o que Lula mais valoriza — fidelidade institucional e pessoal.
A escolha não é apenas técnica, nem simbólica. É política. Lula ignorou a pressão de ministros do próprio STF e de setores do Congresso que defendiam o nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Optou por Messias, alguém que, além de conhecer o funcionamento da máquina pública, compartilha da visão jurídica e ideológica do governo.
Nos bastidores, a indicação é vista como parte de uma estratégia de blindagem jurídica e política de longo prazo. Com apenas 45 anos, Messias poderá permanecer no Supremo por até três décadas, garantindo a Lula e ao PT uma influência duradoura dentro da Corte — um trunfo precioso em tempos de polarização e incertezas políticas.
A decisão, contudo, não é isenta de críticas. Para opositores, Lula transforma o STF em uma extensão do Palácio do Planalto, apostando em nomes que devem mais ao governo do que à independência judicial. Já para aliados, trata-se de uma tentativa legítima de recompor o equilíbrio do tribunal após anos de tensões e interferências políticas.
O fato é que Jorge Messias chega ao Supremo como o novo “mensageiro” de Lula — preparado, leal e estratégico. Resta saber se o futuro ministro atuará como um guardião da Constituição ou como mais uma peça na engrenagem política do governo. Eu acredito que já sei a resposta.