Julgamento de Bolsonaro - STF

Aliados acreditam que STF enviará Bolsonaro à Papuda na próxima semana

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acreditam que o Supremo Tribunal Federal (STF) poderá determinar sua transferência para o presídio da Papuda, em Brasília, já na próxima semana. A decisão, segundo interlocutores, deve ocorrer após a Corte rejeitar os embargos de declaração apresentados pela defesa do ex-mandatário. Atualmente, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar.

Nos bastidores, aliados próximos avaliam que parte dos ministros do Supremo vê a ida do ex-presidente à prisão como um “símbolo do julgamento da tentativa de golpe de Estado”. Um membro da família de Bolsonaro, que preferiu não se identificar, afirmou que o movimento é interpretado como uma tentativa de “humilhar” e “desgastar” o ex-chefe do Executivo.

Apesar da expectativa de que o STF determine a transferência para o sistema prisional, aliados apostam que Bolsonaro ficará poucas semanas na Papuda e que, posteriormente, a Corte restabelecerá a prisão domiciliar por conta de sua condição de saúde. O ex-presidente tem sequelas da facada sofrida em 2018 e foi diagnosticado neste ano com câncer de pele.

Discussões internas no STF

Fontes próximas ao tribunal afirmam que o tema tem sido discutido de forma reservada entre os ministros. Um magistrado que mantém interlocução com Alexandre de Moraes defende que Bolsonaro permaneça em prisão domiciliar, argumentando que o mesmo benefício foi concedido a Fernando Collor em circunstâncias semelhantes.

“Se nós concedemos a Fernando Collor, não há por que não concedermos a Jair Bolsonaro”, teria dito o ministro, destacando a necessidade de cuidados médicos.

Por outro lado, Alexandre de Moraes defende que Bolsonaro seja levado à Papuda, onde ficaria em cela especial, com paredes brancas, televisão e ar-condicionado.

O ex-presidente foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes. A prisão domiciliar atual decorre do descumprimento de medidas cautelares em outro processo, que investiga suposta coação no curso do processo.

Até o momento, o STF não se manifestou oficialmente sobre a possível transferência.

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