Apoiadores de Bolsonaro tomam ruas em atos de 7 de Setembro e pedem anistia criminal e eleitoral
As manifestações deste 7 de Setembro reuniram milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Os atos tiveram como principal pauta o pedido de anistia criminal e eleitoral para o ex-mandatário e outros condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Na Avenida Paulista, em São Paulo, manifestantes exibiram faixas em inglês e italiano, como “SOS Trump, Bolsonaro Free” e “Freedom for Zambelli”, em uma tentativa de chamar atenção da comunidade internacional. Do trio elétrico instalado próximo ao MASP, lideranças políticas discursaram contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que “não existe plano B” para as eleições de 2026, enquanto o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) classificou os julgamentos no STF como “farsa e teatro”. Deputados como Sóstenes Cavalcante e Marco Feliciano pediram o impeachment do ministro Alexandre de Moraes.
No Rio de Janeiro, em Copacabana, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro enviou um áudio aos manifestantes, dizendo falar em nome do marido, que cumpre prisão domiciliar. Ela acusou as autoridades de “tirania e perseguição”. Em Brasília, apoiadores também ocuparam a Esplanada dos Ministérios com bandeiras e cartazes cobrando o Congresso Nacional.
A insistência no pedido de anistia ampla, geral e irrestrita foi reforçada por líderes como o pastor Silas Malafaia, que defendeu a aprovação de um projeto no Legislativo para reverter a inelegibilidade de Bolsonaro, declarada pelo TSE até 2030.
As falas dos parlamentares e líderes religiosos evidenciaram que o movimento busca pressionar diretamente o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para que a proposta de anistia avance. A narrativa central é de que “não existe anistia criminal sem anistia eleitoral”, tentativa clara de abrir caminho para uma eventual candidatura de Bolsonaro em 2026.