Bolsonaro admite que queimou tornozeleira com ferro quente e é preso preventivamente
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso preventivamente na madrugada deste sábado (22) após admitir que queimou sua tornozeleira eletrônica com um ferro de solda. A confissão aconteceu durante a vistoria feita por agentes da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF), acionados depois que o sistema registrou um alerta de violação às 0h07.
Durante a inspeção, Bolsonaro afirmou: “Meti um ferro quente aí. Curiosidade.” Segundo ele, a intenção não era romper o equipamento, mas apenas “testar” a resistência da parte externa. Apesar da versão, os técnicos identificaram marcas de queimadura ao redor de toda a trava do dispositivo, o que comprova tentativa de danificar a estrutura. Diante disso, a Seape substituiu a tornozeleira.
Decisão do STF
Após receber os relatórios, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu converter a prisão domiciliar em prisão preventiva. Para Moraes, a queima da tornozeleira indica risco de fuga e descumprimento das medidas impostas. Ele também determinou que a defesa apresente explicações formais sobre o episódio em até 24 horas.
A ação ocorre em um momento de forte tensão política. Na noite anterior, apoiadores começaram a se reunir ao redor da casa do ex-presidente, mobilizados por mensagens do senador Flávio Bolsonaro. Para o STF, a movimentação reforça a possibilidade de obstrução da Justiça.
Impacto político e jurídico
Bolsonaro cumpre pena após condenação por envolvimento em uma trama golpista relacionada às eleições de 2022. Com a nova infração, o ex-presidente pode enfrentar medidas ainda mais rígidas, já que a violação de monitoramento eletrônico representa agravamento de pena e quebra de confiança do Judiciário.
O caso rapidamente ganhou repercussão nacional e internacional, ampliando o clima de polarização. Enquanto aliados falam em exagero, juristas destacam que qualquer tentativa de manipular a tornozeleira, mesmo que parcial, já caracteriza violação grave.
Linha do tempo
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21/11 – Noite: Bolsonaro teria testado o ferro de solda no equipamento.
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22/11 – 0h07: Sistema de monitoramento detecta violação.
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22/11 – Madrugada: Agentes da Seape fazem inspeção e registram confissão.
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22/11 – Manhã: Moraes decreta prisão preventiva e exige manifestação da defesa.
