“Careca do INSS” é preso por risco de fuga em operação contra fraudes bilionárias em aposentadorias
A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (13) Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, durante a Operação Sem Desconto, que investiga um dos maiores esquemas de fraudes já registrados contra aposentados e pensionistas do país. A prisão foi decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça, que atendeu pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) diante do risco de fuga, destruição de provas e ocultação de patrimônio.
Além de Antunes, também foi preso o empresário Maurício Camisotti, apontado como sócio oculto de entidades suspeitas de participação no esquema. Ao todo, foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão em São Paulo e no Distrito Federal.
Fraude bilionária
Segundo as investigações, o grupo teria desviado valores por meio de descontos indevidos em aposentadorias e pensões, sem autorização dos beneficiários, entre 2019 e 2024. O prejuízo estimado pode ultrapassar R$ 6 bilhões, atingindo milhões de segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Somente associações ligadas a aposentados e pensionistas repassaram cerca de R$ 53 milhões para empresas ou pessoas vinculadas a Antunes. Já ele, pessoalmente, teria movimentado mais de R$ 9,3 milhões em transferências suspeitas.
Bens de luxo e ostentação
Durante o cumprimento das medidas judiciais, a PF apreendeu carros de luxo, joias, armas, relógios de alto valor, dinheiro em espécie e imóveis de padrão elevado, incluindo uma casa no Lago Sul, área nobre de Brasília. A investigação aponta que parte desses bens foi adquirida com recursos desviados das vítimas.
Decisão judicial e repercussão
Na decisão que determinou a prisão preventiva, o ministro André Mendonça destacou os indícios de que o grupo poderia tentar se desfazer do patrimônio e comprometer a coleta de provas. A medida, segundo o STF, busca assegurar a continuidade das apurações.
A Operação Sem Desconto também conta com apoio da CPMI do INSS, que já havia levantado suspeitas contra o esquema e pedido a responsabilização dos envolvidos.