CEI da Limpa Gyn avança em meio a clima de tensão na Câmara de Goiânia
A Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga os contratos da Prefeitura de Goiânia com o consórcio Limpa Gyn avançou nesta segunda-feira (9) em meio a um ambiente de tensão política na Câmara Municipal. Os vereadores aprovaram uma série de requerimentos para a obtenção de documentos considerados essenciais ao andamento das investigações.
Sob a presidência do vereador Welton Lemos (Solidariedade), e tendo William Veloso como relator, a CEI aprovou pedidos que incluem o balanço patrimonial da empresa desde o início do contrato, além de demonstrações financeiras, relatórios de fiscalização, informações sobre o aterro sanitário e dados detalhados da frota de caminhões utilizada nos serviços. O prazo para entrega do material solicitado é de cinco dias úteis.
Segundo o relator, a comissão seguirá um cronograma dividido em duas fases: análise documental e, em seguida, convocação de gestores públicos e representantes da Limpa Gyn para prestarem depoimentos. A intenção é aprofundar a apuração sobre a execução e os custos do contrato, alvo de questionamentos recorrentes na Casa.
Durante a reunião, o clima de tensão ficou evidente. O vereador Igor Franco, ex-líder do prefeito Sandro Mabel, protagonizou discussões após acusações envolvendo o chefe do Executivo. Já a vereadora Aava Santiago (PSDB) cobrou que a empresa responda formalmente aos questionamentos, criticando a ausência de retorno a pedidos anteriores:
“Conversas particulares não substituem o dever de prestar esclarecimentos à Comissão”, afirmou.
Outro ponto debatido foi a necessidade de garantir transparência e segurança aos trabalhos da CEI. Alguns vereadores sugeriram a participação de órgãos como o Ministério Público, Tribunal de Contas e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no acompanhamento das atividades.
O avanço da comissão reforça o desgaste político em torno da gestão municipal e do contrato com a Limpa Gyn, que continua no centro das atenções na Câmara de Goiânia.