Conta de luz sobe 18,55% em Goiás após reajuste aprovado pela Aneel
Os consumidores goianos vão sentir um aumento expressivo na próxima fatura de energia elétrica. Desde quarta-feira (22/10), está em vigor o reajuste médio de 18,55% aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para as tarifas da Equatorial Goiás, distribuidora responsável pelo fornecimento de energia em 237 dos 246 municípios do estado.
O engenheiro eletricista Jovanilson Freitas explicou, em entrevista ao portal Mais Goiás, que o valor cobrado na conta de luz é composto por diversos itens, e não apenas pelo consumo direto.
“A nossa tarifa é formada por várias cobranças — geração, transmissão, distribuição e encargos setoriais. O consumidor paga tudo isso em uma única fatura. Dentro do contrato de concessão existe uma cláusula que garante o reajuste anual para recompor esses valores”, afirmou.
Melhoria nos indicadores elevou tarifa
Segundo Freitas, parte do aumento está relacionada à melhora dos indicadores de qualidade no fornecimento de energia em Goiás.
“A Equatorial elevou os índices de duração e frequência das interrupções. Essa melhora permitiu que a empresa tivesse um ganho na tarifa cobrada pelo serviço”, explicou.
O especialista ressaltou, no entanto, que o reajuste é contratual e inevitável, e que os consumidores devem exigir que a melhoria no serviço acompanhe o aumento da tarifa.
“O que o consumidor pode questionar é se a qualidade da energia realmente melhorou. Em Goiânia, percebemos avanços, mas ainda há falhas no interior”, observou.
O que diz a Equatorial Goiás
A distribuidora informou que o reajuste faz parte do processo anual de recomposição de custos, previsto no contrato de concessão firmado com a Aneel. Segundo a empresa, o cálculo leva em conta fatores como custos de compra e transporte da energia, encargos setoriais e tributos federais.
Aneel: aumento poderia ter sido maior
A Aneel esclareceu que o reajuste foi pressionado principalmente por custos não gerenciáveis, ou seja, despesas que não dependem diretamente da distribuidora. Entre esses fatores estão encargos definidos por lei federal, transmissão de energia, variação de preços no mercado e tributos.
Ainda de acordo com a Equatorial, o percentual de aumento poderia ser ainda maior: a proposta inicial da Aneel previa um reajuste de 22,04%, mas, após solicitação da empresa, foi aplicado um redutor tarifário, resultando no índice final de 18,55%.
O Reajuste Tarifário Anual (RTA) é um mecanismo obrigatório que atualiza as tarifas de energia em todo o país, com o objetivo de manter o equilíbrio econômico-financeiro das distribuidoras e acompanhar as variações de custos do setor elétrico.
