Política

Deputado pede R$ 123 mil por harmonização dentária e facial

O deputado federal José Rocha (União-BA) solicitou à Câmara dos Deputados o reembolso de R$ 123 mil referentes a procedimentos de harmonização dentária, lifting facial e rinoplastia realizados entre 2021 e 2022. Os pedidos constam em documentos obtidos por coluna jornalística.

Segundo os registros, R$ 43 mil foram solicitados por cirurgias de rinoplastia e ritidoplastia (lifting facial), enquanto outros R$ 80 mil corresponderam a tratamento odontológico. A ritidoplastia é descrita como um procedimento para rejuvenescer a face, corrigindo flacidez, rugas e excesso de pele no rosto, pescoço e região dos olhos.

Do total solicitado, a Câmara autorizou o reembolso de R$ 56 mil referentes à harmonização dentária. Os demais pedidos foram glosados. Procurado, José Rocha negou ter recebido qualquer valor e afirmou que a responsabilidade por eventual pagamento é da própria Câmara. Questionado sobre a legitimidade do pedido, o parlamentar disse que apenas solicitou o reembolso e que a decisão caberia ao Legislativo.

Durante a entrevista, o deputado também afirmou que os procedimentos não teriam caráter estético, alegando problemas funcionais, como desvio de septo nasal. Mesmo diante da apresentação de documentos que indicariam o pagamento, ele voltou a negar responsabilidade.

José Rocha é apontado como um dos principais denunciantes na investigação do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o uso irregular de emendas parlamentares, conhecidas como orçamento secreto. Em depoimento à Polícia Federal, ele acusou o deputado Arthur Lira (PP-AL) de direcionar recursos para beneficiar o estado de Alagoas.

No entanto, documentos anexados às investigações indicam que o próprio José Rocha teria direcionado, em 2024, cerca de R$ 152 milhões em emendas para municípios da Bahia, sua base eleitoral, incluindo valores elevados para a cidade de Coribe, administrada por familiares do parlamentar. Rocha nega as acusações, questiona a autenticidade dos documentos e afirma que não tinha competência para distribuir os recursos, atribuindo a responsabilidade à presidência da Câmara.

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