Operação Contenção deixa ao menos 64 mortos no Rio; ação é a mais letal em 15 anos
Megaoperação mobilizou mais de 2.500 agentes nos complexos da Penha e do Alemão; governo diz que alvo é o Comando Vermelho.
As forças de segurança do Rio de Janeiro realizaram nesta terça-feira (28) uma das maiores ações da história do estado. A Operação Contenção resultou em pelo menos 64 mortes e mais de 80 prisões nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte da capital. De acordo com o governo, o principal alvo é o Comando Vermelho (CV), facção que domina parte dessas comunidades.
Mais de 2.500 agentes das polícias Civil e Militar participaram da ofensiva, que também contou com apoio das Forças Armadas e da Polícia Federal. Segundo a Secretaria de Segurança, a meta é cumprir mandados de prisão, apreender armas e desarticular núcleos estratégicos do crime organizado.
Confrontos e bloqueios
Durante toda a manhã, intensos tiroteios assustaram os moradores e deixaram diversas vias interditadas. Além disso, criminosos incendiaram veículos, ergueram barricadas e usaram drones com explosivos para tentar conter o avanço das tropas.
Como consequência, as Linhas Amarela e Vermelha, além de trechos da Avenida Brasil, foram fechadas temporariamente. O governo orientou a população a evitar deslocamentos na região até a estabilização da situação.
Planejamento e reação política
A Secretaria de Segurança informou que a operação foi preparada durante mais de dois meses, após um ano de investigações. O secretário destacou que a ação busca “recuperar territórios dominados pelo tráfico e reduzir o poder de fogo das facções”.
Por outro lado, a letalidade da operação provocou forte reação política. A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) anunciou que convocará o comando da PM e o secretário de Segurança para explicações. Além disso, entidades de direitos humanos cobram transparência nos dados e investigação sobre possíveis excessos.
Contexto e impactos
A Operação Contenção ocorre em meio a uma escalada da violência na capital fluminense. Nas últimas semanas, confrontos entre facções rivais e ataques a bases policiais aumentaram significativamente. Especialistas avaliam que, embora a ação possa enfraquecer momentaneamente as quadrilhas, seus efeitos duradouros dependem de ações sociais e políticas públicas nas comunidades afetadas.
Enquanto isso, moradores relatam medo, perdas materiais e interrupção de serviços essenciais, como transporte e saúde. O clima na região continua tenso, e o número de mortos e feridos ainda pode crescer nas próximas horas.
