Queda de Juscelino destrava conversas de Lula sobre reforma ministerial
A crise que levou à queda do ex-ministro das Comunicações Juscelino Filho (União Brasil-MA) deve destravar a reforma ministerial do governo Lula (PT), avaliam aliados do presidente.
Em conversas com colaboradores, Lula já vinha acenando com a possibilidade de retomar as mudanças no seu ministério a partir desta quinta-feira (10), quando retorna de viagem a Honduras.
De volta ao Brasil, o petista deverá se reunir com dirigentes partidários e integrantes da cúpula do Congresso Nacional para costurar mudanças na equipe. São esperadas conversas com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
Entre interlocutores do presidente, há uma expectativa de que Lula dê início à articulação com partidos da base. Até então, as trocas vinham ocorrendo entre petistas ou na cota pessoal do chefe do Executivo.
Uma das apostas é a nomeação de um integrante do PSD para o comando do Ministério do Turismo. Atualmente a pasta é chefiada por Celso Sabino (União Brasil-PA).
Hoje, o nome apontado como favorito é do deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ), ligado ao prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD). Ele também tem aval da cúpula do PSD.
Pedro Paulo, que é economista, foi secretário-executivo da Coordenação de Governo do Rio de Janeiro. Seu nome chegou a ser cogitado para o ministério na montagem do governo, mas sofreu resistência pelo fato de ele ter sido alvo de denúncia de violência contra sua mulher, admitida por ele — “tivemos discussões e agressões mútuas”, disse à época.
Apesar de ser um dos vice-líderes do governo na Casa, Pedro Paulo também já foi criticado por deputados governistas pelo tom crítico a algumas medidas apresentadas pelo Executivo.
O comando da pasta do Turismo é um pleito da bancada do PSD na Câmara dos Deputados, que se diz sub-representada hoje com o Ministério da Pesca, chefiado pelo ex-deputado André de Paula. Há uma crítica de deputados do PSD de que a Pesca é um ministério de baixa capilaridade política.
O nome de André de Paula também já foi cogitado para o Turismo, mas Pedro Paulo cresceu na cotação para o cargo. Sua escolha tem sido interpretada como uma reparação após o veto.