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Trump autoriza ações letais secretas da CIA na Venezuela

Presidente dos EUA concede poderes amplos à agência de inteligência em meio à escalada militar e tensão diplomática com o governo de Nicolás Maduro.

Presidente dos EUA concede poderes amplos à agência de inteligência em meio à escalada militar e tensão diplomática com o governo de Nicolás Maduro.

EUA ampliam ofensiva contra Maduro com aval à CIA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou a CIA a executar ações secretas na Venezuela, incluindo possíveis operações letais. A informação foi revelada pelo jornal The New York Times na quarta-feira (15/10) e confirmada pelo próprio Trump.

A autorização faz parte de uma estratégia para ampliar a pressão contra o presidente Nicolás Maduro, declarado pelos EUA como alvo prioritário no Caribe. O documento que permite essas ações — conhecido como “autorização presidencial” — concede poderes sigilosos e, em geral, não pode ter detalhes divulgados publicamente.


Conflito entre os países se intensifica

O governo norte-americano acusa Maduro de liderar o Cartel de los Soles, organização que os EUA classificam como grupo terrorista internacional vinculado ao narcotráfico. Desde agosto, forças militares dos EUA estão posicionadas em áreas estratégicas próximas à costa venezuelana.

Entre as medidas adotadas pelos Estados Unidos estão:

  • Envio de navios e aeronaves militares ao Caribe;

  • Oferta de recompensa equivalente a R$ 50 milhões pela prisão de Maduro;

  • Interceptação e ataque a embarcações suspeitas de tráfico.

Segundo autoridades americanas, pelo menos 27 pessoas morreram em operações recentes.

Fontes da Casa Branca citadas pelo New York Times afirmam que o objetivo final é a remoção de Maduro do poder. Aproximadamente 10 mil militares americanos atuam na região, incluindo tropas em Porto Rico e uma frota naval no Caribe.


Fim da via diplomática

No início deste mês, Trump encerrou qualquer tentativa de negociação com o governo venezuelano. A decisão teria sido motivada pela recusa de Maduro em fazer concessões e pela negativa sobre envolvimento com o tráfico de drogas.

A Casa Branca oficializou que as tratativas foram encerradas e que o governo venezuelano não seria mais reconhecido como interlocutor aceitável.


Histórico de operações secretas na América Latina

A atuação da CIA no continente remonta ao século passado, com registros de envolvimento em golpes de Estado no Chile e no Brasil. A nova autorização fortalece o braço clandestino da inteligência norte-americana e ocorre com apoio de nomes influentes no governo, como o secretário de Estado Marco Rubio.


Bombardeios no Caribe seguem em ritmo acelerado

Desde setembro, os EUA intensificaram ataques a barcos que dizem estar ligados ao narcoterrorismo. O mais recente bombardeio aconteceu na terça-feira (14/10), em águas internacionais perto da costa venezuelana. Seis pessoas morreram.

Trump divulgou o ataque por meio de publicação na rede Truth Social:

“O ataque foi realizado em águas internacionais e seis narcoterroristas do sexo masculino a bordo da embarcação foram mortos. Nenhuma força dos EUA sofreu danos.”

Esse foi o quinto ataque desde agosto.


Reações e condenações internacionais

As ações têm sido duramente criticadas por instituições e governos:

  • China condenou as operações e acusou os EUA de extrapolar os limites do direito internacional — principalmente após o ataque a um navio de pesca venezuelano.

  • Human Rights Watch classificou os bombardeios como execuções ilegais e violação das leis internacionais.


Resposta de Maduro: exército mobilizado e possível estado de emergência

O governo venezuelano pediu que organismos internacionais investiguem os ataques, afirmando que as vítimas eram pescadores e não traficantes.

O país iniciou ainda uma mobilização militar em regiões costeiras próximas ao principal aeroporto do país e avalia decretar estado de emergência externa. A medida pode ampliar os poderes de Maduro e permitir a restrição temporária de direitos constitucionais.

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