Brasília

TST mantém contrato milionário para serviços de “faz-tudo VIP” em imóveis de ministros

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) mantém um contrato de R$ 8,6 milhões por ano com a empresa Renovar Engenharia, responsável pela manutenção dos imóveis funcionais destinados aos ministros da Corte, em áreas nobres de Brasília. A informação foi revelada pelo Metrópoles.

Segundo a reportagem, o serviço vai além da conservação predial e inclui tarefas como trocar lâmpadas, instalar eletrodomésticos, pendurar quadros, movimentar móveis e até ajustar camas.

Documentos analisados pelo Metrópoles mostram que, em janeiro deste ano, técnicos foram deslocados para a residência particular do ministro Alexandre Luiz Ramos a fim de reparar cabos de rede. O TST justificou a medida alegando necessidade de manter acesso remoto seguro aos sistemas internos do tribunal.

Desde 2023, a Renovar Engenharia já recebeu R$ 15,7 milhões do TST. Apenas em 2024, foram R$ 6,38 milhões, e em 2025 o gasto já soma R$ 3,3 milhões. O contrato, iniciado em abril de 2022, é válido até abril de 2026 e já passou por 11 aditivos.

O TST possui 15 imóveis funcionais, com despesas extras de manutenção e taxas que somaram R$ 285,1 mil desde 2023. Dos 27 ministros, apenas 15 residem nesses imóveis. Entre os demais, somente um recebe auxílio-moradia, limitado a R$ 4,3 mil mensais.

Ainda conforme o Metrópoles, o tribunal também gasta R$ 1,5 milhão por ano para garantir acesso exclusivo dos ministros a uma sala VIP no Aeroporto de Brasília. Além disso, em 2023 foram adquiridos sedãs de luxo híbridos Lexus, ao custo total de R$ 10,3 milhões — cada veículo saiu por cerca de R$ 346,5 mil.

Os contratos levantam questionamentos sobre o uso de recursos públicos em serviços que, em alguns casos, extrapolam a manutenção patrimonial e reforçam críticas aos privilégios concedidos à cúpula do Judiciário trabalhista.

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