Goiânia

Vereadores pedem abertura de CEI para investigar contrato da Limpa Gyn em Goiânia

Requerimento com 16 assinaturas foi protocolado na Câmara Municipal

Foi protocolado nesta quarta-feira (10/7) um requerimento assinado por 16 vereadores da Câmara Municipal de Goiânia solicitando a abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar o contrato firmado entre a Prefeitura e o Consórcio Limpa Gyn, responsável pelos serviços de limpeza urbana na capital. A iniciativa partiu do vereador Cabo Senna (PRD), com apoio de nomes da base do prefeito Sandro Mabel (UB).

Com a formalização do pedido, a proposta agora precisa ser lida em plenário e votada, o que só deve ocorrer após o recesso parlamentar, previsto para terminar no dia 5 de agosto.

Contrato de limpeza está no centro de críticas da base governista

Apesar de integrarem a base aliada do prefeito, os vereadores signatários da CEI demonstraram insatisfação com a atuação da empresa. Segundo apontado por eles, diversas falhas operacionais vêm sendo percebidas nos serviços prestados pela Limpa Gyn — incluindo rotas não cumpridas, uso de transporte público para deslocamento de funcionários, e suposta limpeza de áreas privadas, o que estaria fora do escopo do contrato.

Além disso, as respostas enviadas pela empresa a ofícios da Câmara foram consideradas evasivas e insatisfatórias por parte dos parlamentares. Isso aumentou a pressão política e fortaleceu o discurso em favor da abertura de uma investigação mais ampla.

Gestão de Sandro Mabel também tem feito críticas públicas

Não apenas o Legislativo, mas também o próprio Executivo passou a adotar uma postura mais dura em relação à empresa. Em entrevista recente, o prefeito Sandro Mabel criticou abertamente o desempenho da Limpa Gyn, afirmando que pagamentos mensais já foram glosados e que há monitoramento constante da velocidade dos caminhões utilizados na coleta.

De acordo com o gestor, se as falhas persistirem, a substituição da empresa poderá ser cogitada antes mesmo do vencimento do contrato, previsto inicialmente para o ano de 2026.

CEI deve ser votada em agosto, após o recesso parlamentar

Com o recesso da Câmara já em andamento, a tramitação do requerimento será retomada somente em agosto. Caso a maioria dos vereadores aprove a instalação da CEI, uma comissão composta por sete membros será formada para analisar contratos, ouvir testemunhas e buscar eventuais irregularidades administrativas.

Vale destacar que, por se tratar de uma CEI, poderes investigativos semelhantes aos do Ministério Público são concedidos à comissão, incluindo a requisição de documentos, convocação de agentes públicos e visitas técnicas.

Limpa Gyn nega irregularidades e afirma cumprir contrato

Por sua vez, o Consórcio Limpa Gyn divulgou nota em que nega qualquer tipo de irregularidade na execução dos serviços e afirma estar cumprindo rigorosamente as cláusulas contratuais. A empresa também questiona a narrativa adotada por parte da classe política e se coloca à disposição para prestar esclarecimentos formais.


Conclusão: cenário de desgaste pode antecipar revisão contratual

Diante do desgaste público e da mobilização tanto da base quanto da oposição, a manutenção do contrato da Limpa Gyn poderá ser revista antes do prazo inicialmente estipulado. Ainda que a CEI precise ser aprovada, a articulação já indica uma insatisfação generalizada — algo que poderá impactar diretamente os rumos da gestão da limpeza urbana em Goiânia.

A instalação da comissão, se confirmada em agosto, deverá intensificar os debates e poderá redefinir o modelo de prestação de serviços essenciais como a coleta de lixo, varrição de ruas e limpeza de vias públicas.

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