Foto: Agência Brasil
Política

Maioria do STF se recusou a assinar carta em defesa de Moraes

A tentativa do ministro Alexandre de Moraes de reunir apoio público dentro do Supremo Tribunal Federal (STF) fracassou. Na última quarta-feira (30), a maioria dos ministros da Corte se recusou a assinar uma carta de solidariedade em sua defesa, após ele ser sancionado pelo governo dos Estados Unidos.

Carta ignorada por colegas

Moraes queria divulgar um documento assinado por todos os ministros. O objetivo era demonstrar união institucional e respaldo interno, especialmente após ter sido incluído na lista da Lei Magnitsky. No entanto, a proposta não avançou.

Segundo informações do Poder360, a maior parte dos colegas evitou aderir à iniciativa. Assim, a negativa escancarou o mal-estar interno e revelou que não há consenso dentro da Corte sobre como lidar com a repercussão internacional da punição.

Sanções internacionais

Dias antes, o governo dos Estados Unidos havia aplicado sanções contra Alexandre de Moraes. A medida, baseada na Lei Magnitsky, acusou o ministro de envolvimento em violações de direitos humanos. Além disso, ele foi proibido de manter relações com instituições financeiras americanas.

Diante disso, Moraes buscou apoio unânime do Supremo como uma forma de resposta institucional. Entretanto, o gesto não teve adesão e acabou isolando ainda mais o ministro no cenário interno da Corte.

Divisão escancarada

O episódio da carta aconteceu durante um jantar no Palácio da Alvorada, promovido pelo presidente Lula com ministros do STF. Na ocasião, Moraes sugeriu o documento coletivo, mas recebeu reações frias. De acordo com relatos, alguns ministros expressaram desconforto com o teor e com o momento da proposta.

Além disso, o desconforto não se limitou a ministros nomeados por governos anteriores. Até nomes considerados próximos ao atual governo evitaram qualquer manifestação pública, ampliando a percepção de distanciamento dentro do Supremo.

Isolamento e desgaste

Com o silêncio da maioria, Moraes saiu do episódio ainda mais isolado. Embora conte com apoio em parte do meio jurídico e político, o ministro enfrenta agora um desgaste visível também entre os colegas de toga. A recusa em assinar a carta, mesmo de forma discreta, demonstrou o limite da solidariedade institucional.

Nos bastidores, cresce a avaliação de que muitos ministros querem evitar se vincular diretamente a decisões polêmicas de Moraes — especialmente aquelas que envolvem embates com figuras públicas e lideranças políticas. Assim, a ausência de apoio explícito funcionou como um sinal claro de desgaste.

Repercussão silenciosa

Por fim, a proposta de carta, que não chegou a ser tornada pública, acabou funcionando como um termômetro da divisão dentro do STF. Enquanto alguns defendem ações mais firmes diante das críticas internacionais, outros preferem uma postura mais discreta e institucional. Nesse cenário, Moraes segue sob pressão — agora, também dentro do próprio Supremo.

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