PF mira deputados Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy em operação contra desvio de verba pública
A Polícia Federal deflagrou, nesta sexta-feira (19), uma operação para investigar um suposto esquema de desvio de recursos públicos oriundos de cotas parlamentares. A ação teve como alvos os deputados federais Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Carlos Jordy (PL-RJ), ambos integrantes da bancada do PL na Câmara dos Deputados.
A ofensiva foi autorizada pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que também determinou medidas cautelares no curso da investigação. Ao todo, mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Rio de Janeiro e no Distrito Federal.
Investigação apura esquema com assessores e terceiros
De acordo com a Polícia Federal, as apurações indicam a existência de um esquema estruturado para desviar e ocultar recursos públicos, envolvendo parlamentares, assessores e terceiros. Segundo os investigadores, os valores teriam origem na utilização irregular da cota para o exercício da atividade parlamentar.
Além disso, a investigação é um desdobramento de apurações iniciadas em 2024, quando assessores dos deputados já haviam sido alvo de diligências. Com o avanço do inquérito e a reunião de novos elementos, os próprios parlamentares passaram a ser investigados.
Crimes sob apuração e medidas autorizadas
No âmbito do inquérito, os investigadores apuram a possível prática dos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Por determinação do STF, o sigilo bancário dos deputados foi quebrado, permitindo o compartilhamento das informações com a Receita Federal.
Durante o cumprimento dos mandados, valores em dinheiro foram apreendidos, o que, segundo a PF, pode reforçar as suspeitas de movimentações financeiras irregulares. Parte do material recolhido ainda será submetida à análise pericial.
Reações dos parlamentares investigados
Em manifestação pública, o deputado Carlos Jordy afirmou que é alvo de uma “perseguição implacável” e criticou a atuação das autoridades. O parlamentar também destacou que a operação ocorreu em um momento pessoal sensível, o que, segundo ele, agravou o impacto da ação.
Já o deputado Sóstenes Cavalcante ainda não havia se pronunciado oficialmente até a última atualização desta matéria. A assessoria do parlamentar informou apenas que irá se manifestar após ter acesso integral aos autos.
Desdobramentos políticos e jurídicos
Embora as investigações estejam em fase inicial, especialistas avaliam que o caso pode gerar repercussões políticas relevantes, especialmente no interior da bancada do PL. Além disso, eventuais denúncias dependerão do posicionamento da Procuradoria-Geral da República (PGR), responsável por analisar o material produzido pela Polícia Federal.
Por enquanto, o inquérito segue em andamento e, conforme ressaltado pelas autoridades, os investigados têm direito à ampla defesa e ao contraditório. Novas fases da operação não estão descartadas.
