Política

Paulinho da Força descarta anistia a Bolsonaro em projeto da dosimetria

O relator do Projeto de Lei da Dosimetria, deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP), afirmou nesta segunda-feira (8/12) que seu parecer não inclui qualquer possibilidade de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A declaração frustra a condição imposta pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que condiciona a desistência de sua pré-candidatura à Presidência à libertação do pai.

Segundo o parlamentar, o PL tem resistido às negociações sobre o texto. “O PL está criando dificuldade e não aceita a dosimetria. Se não aceitam, não tem votação. Se aceitarem meu projeto, tudo está resolvido”, disse.

Paulinho ressaltou que seu texto altera a pena de Bolsonaro, mas não o absolve. “A redução passaria de 27 anos e 3 meses para 2 anos e 4 meses. Quer benefício maior que esse?”, afirmou.

Flávio Bolsonaro condiciona desistência à liberdade do pai

No domingo (7/12), Flávio declarou, em entrevista à Record, que só abre mão da pré-candidatura caso o ex-presidente seja solto. Ele classificou o gesto como uma “questão de justiça”, afirmando representar milhões de brasileiros que, segundo ele, estariam “sequestrados” junto com Bolsonaro.

O senador reforçou que sua renúncia só ocorrerá se o pai puder estar “livre, nas urnas e caminhando com seus netos pelas ruas do Brasil”.

Tramitação no Congresso

A Câmara aprovou, em 17 de setembro, o pedido de urgência para o projeto que prevê anistia a manifestantes desde 30 de outubro de 2022, medida que alcança os condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro. O placar foi de 311 votos favoráveis, 163 contrários e 7 abstenções.

Apesar do avanço na Casa, Paulinho da Força considera improvável que o texto tenha apoio suficiente no Senado.

Disputa eleitoral de 2026

A família Bolsonaro decidiu que Flávio será o candidato do PL à Presidência em 2026, decisão comunicada a aliados recentemente. A escolha contrariou lideranças que esperavam o nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), considerado opção mais competitiva.

No campo governista, a decisão foi vista como positiva, pois mantém o enfrentamento direto entre Lula e o bolsonarismo.

Uma nova pesquisa Datafolha, divulgada em 6/12, aponta que Flávio Bolsonaro perderia para Lula em eventual segundo turno: o presidente aparece com 51% das intenções de voto, contra 36% do senador.

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