Trump anuncia tarifas de 30% para México e União Europeia
O presidente Donald Trump anunciou, em 12 de julho de 2025, a imposição de tarifas de 30% sobre bens importados da União Europeia e do México, com início previsto para 1º de agosto de 2025. O anúncio foi feito por meio de cartas publicadas em sua plataforma de mídia social, Truth Social, dirigidas à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e à presidente do México, Claudia Sheinbaum.
Detalhes sobre as tarifas:
- União Europeia: Trump justificou a tarifa citando déficits comerciais persistentes e políticas comerciais não recíprocas da UE, como barreiras tarifárias e não tarifárias. Ele afirmou que a relação comercial com a UE está “longe de ser recíproca” e que a tarifa visa reduzir o déficit comercial dos EUA, que em 2024 foi de US$ 235,6 bilhões com a UE. A tarifa de 30% é superior à taxa de 20% mencionada anteriormente em abril e representa uma escalada em relação às negociações que buscavam um acordo comercial com tarifas de 10%. Trump também ameaçou aumentar as tarifas caso a UE retaliar, adicionando ao percentual de 30% qualquer aumento de tarifas retaliatórias impostas pela UE.
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México: A tarifa de 30% foi justificada por Trump como uma medida para pressionar o México a intensificar esforços contra o tráfico de fentanil e a imigração ilegal, alegando que o país não fez o suficiente para impedir que a América do Norte se torne um “playground de narcotráfico”. Diferentemente de tarifas anteriores, não ficou claro se bens que cumprem o Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA) estarão isentos dessa nova tarifa, ao contrário do que foi estabelecido para o Canadá.
Reações:

- União Europeia: Ursula von der Leyen expressou preocupação com o impacto das tarifas nas cadeias de suprimento transatlânticas, afetando empresas, consumidores e pacientes. Ela destacou que a UE está comprometida em buscar um acordo até 1º de agosto, mas também afirmou que o bloco tomará “todas as medidas necessárias” para proteger seus interesses, incluindo possíveis contramedidas proporcionais, como tarifas retaliatórias de €21 bilhões (US$ 24,6 bilhões) que estavam pausadas. Líderes como a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e o primeiro-ministro holandês, Dick Schoof, defenderam negociações para evitar uma guerra comercial.
- México: O ministro da Economia mexicano, Marcelo Ebrard, classificou as tarifas como “injustas” e afirmou que o México continuará negociando para proteger empresas e empregos antes da data de implementação. O governo mexicano destacou que já está em discussões com os EUA para encontrar alternativas.
Contexto mais amplo:
- Trump também anunciou tarifas para outros parceiros comerciais, como Canadá (35%), Japão, Coreia do Sul e Brasil, com taxas variando de 20% a 50%, como parte de sua política de “reciprocidade” para reduzir déficits comerciais e incentivar a manufatura nos EUA.
- As tarifas são parte de uma estratégia mais ampla iniciada em abril de 2025, com a chamada “Liberation Day”, que incluiu uma tarifa global de 10% e tarifas específicas mais altas para diversos países. No entanto, as negociações com a maioria dos parceiros, incluindo a UE, não resultaram em acordos abrangentes, levando à retomada de tarifas mais altas.
Economistas alertam que essas tarifas podem aumentar preços nos EUA, com estimativas apontando um impacto médio de US$ 1.200 por família americana em 2025, além de possíveis tensões em cadeias de suprimento globais e retaliações comerciais.
Perspectivas:
- A UE e o México expressaram intenção de continuar negociações para evitar a implementação das tarifas ou reduzi-las antes de 1º de agosto. No entanto, a ameaça de retaliação mútua pode escalar as tensões comerciais, com potencial para uma guerra comercial mais ampla.
- No caso do México, a falta de clareza sobre a isenção de bens do USMCA pode complicar as negociações, enquanto a UE enfrenta pressão interna para responder com medidas duras se as tarifas entrarem em vigor.